26.10.08

historia

a estruturação do Batuque no estado do Rio Grande do Sul deu-se no início do século XIX, entre os anos de 1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Tem-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (jornal do comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as noticias relativas ao Batuque, datam da segunda metade do século XIX, quando ocorreu a migração de escravos e ex-escravos da região de pelotas e Rio Grande para Capital.
Os rituais do Batuque seguem fundamentos, principalmente das raízes da nação Ijexá, proveniente da Nigéria, e dá lastro as outras nações como o Jêje do Daomé, hoje Benim, Cabinda (enclave Angolano) e Oyó, também, da região da Nigéria. O Batuque surgiu como diversas religiões afro-brasileiras praticadas no Brasil, tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais representantes do Batuque foi o Príncipe Custódio de Xapanã. O nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará. É da Junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como Batuque, e os nomes mais expressivos da antiguidade, que de uma maneira ou de outra contribuíram para a continuidade dos rituais foram:

Ijexá — Paulino de Oxalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapanã), Jovita de Xangô; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogum, Estela de Yemanjá, Ondina de Xapanã, Ormira de Xangô, Pedro de Yemanjá, Tuia de Bará, Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Xapanã, Mãe Rita de Xangô Aganju, mae Ana de Ogum, entre outros.
Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de xapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Nicola de Xangô, Mãe Moça de Oxum, Miguela de Xangô, Acimar de Xangô, Toninho de Xangô e Tim de Ogum, entre outros.
Jêje — Mãe Chininha de Xangô, Príncipe Custódio de Xapanã, João Correa de Lima (Joãozinho do Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Zé da Saia do Sobô, Nica do Bará, Alzira de Xangô, Pai Pirica de Xangô; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Xangô, Pai Vinícius de Oxalá.
Cabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuká; Maria Madalena Aurélio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romário de Oxalá, Pai Gabriel da Oxum,Mãe Marlene de Oxum, Pai Cleon de Oxalá, entre outros.
As entidades cultuadas são as mesmas em quase todos terreiros, os assentamentos tem rituais e rezas muito parecidos, as diferenças entre as nações é basicamente em respeito as tradições próprias de cada raiz ancestral, como no preparo de alimentos e oferendas sagradas. O Ijexá é atualmente a nação predominante, encontra-se associado aos rituais de todas nações.

25.10.08

um principe em porto alegre........


Detenho-me agora, mesmo que sucintamente, sobre um dos mais controvertidos personagens do campo afro-gaúcho, um príncipe africano, herdeiro do trono de Benin, que morou no Rio Grande do Sul de 1899, quando chegou à cidade de Rio Grande, até 1935, quando faleceu em Porto Alegre.
Segundo informações colhidas por Maria Helena Nunes da Silva junto a diferentes fontes — bibliográficas, intelectuais africanos e, sobretudo, dois filhos biológicos de Custódio — este descendia da tribo pré-colonial Benis, dinastia de Glefê, da nação Jeje, do estado de Benin, na Nigéria. Seu nome tribal era Osuanlele Okizi Erupê, filho primogênito do Obá Ovonramwen (Silva, 1999).
Há diferentes versões sobre sua saída da terra natal. Todas, porém, estão associadas à invasão britânica ao reino de Benin, em 1897, diante da qual não se sabe ao certo se Osuanlele teria resistido, ou fugido, ou, então, feito um acordo com os britânicos para deixar o país e viver no estrangeiro, onde receberia mensalmente uma pensão do governo inglês (a mais provável).De fato, Dionísio Almeida, filho de Custódio, relatou a Maria Helena que seu pai teria deixado Benin em direção ao Porto de Ajudá, acompanhado por oficiais ingleses e por parte do seu Conselho de Chefes, onde teria permanecido por cerca de dois meses, dali embarcando para o Brasil, tendo chegado ao porto de Rio Grande em 7 de setembro de 1899, com uma comitiva formada de 48 pessoas, em sua maioria membros do seu Conselho.Segundo aquele informante, antes de chegar a Rio Grande Custódio teria estado em Salvador, depois no Rio de Janeiro, tendo se estabelecido em Rio Grande por orientação dos orixás, através dos ifás. Custódio permaneceu nesta cidade até o dia 4 de outubro de 1900, quando se transferiu para Pelotas, e no dia 4 de abril de 1901 veio para Porto Alegre, a convite do então presidente do estado, Julio de Castilhos, que algumas semanas antes o teria procurado em Pelotas como último recurso para remediar um câncer que tomava conta de sua garganta.Como teve uma melhora temporária, teria convidado Custódio a morar em Porto Alegre para continuar a tratá-lo nesta cidade, o que não impediu, porém, a morte de Julio de Castilhos aos 43 anos de idade

raizes de oyo


Ìyá Cezária ti Sàngó - Oba Leri A Nação Oyó no Rio Grande do Sul teve suas origens nas cidades de Rio Grande e Pelotas. Ìyá Cezária ti Sàngó - Oba Leri é tida como a matriarca do povo de Oyó vindo de Pelotas. Entre os seguidores da nação Oyo presentes em Porto Alegre (pouquíssimos em tempos atuais), tem sua matriarca a pessoa de Ìyá Emília de Oya - Oya Nijé. Na verdade, segundo relatos orais, as duas eram irmãs-de-Orisa, iniciadas pela mesma Ìyálorisa, a Senhora Bibica de Ògún. Mas isso pouquíssimos sabem... A Nação Oyo, assim como a sua História e riqueza ritualística. Oya - a grande Oloya), no século, Emília Fontes de Araújo. Ìyá Emília era descendente de uma família real africana, viveu em Rio Grande e posteriormente rumou para Porto Alegre afim de dar assistência espiritual e liderar o povo de Oyo na capital do Estado. A Nação Oyo é considerada uma das mais antigas presentes no RS, manteve-se muito fechada preservando muito dos elementos trazidos da África. Estão em vias de extinção.

ogum avagam


So So So oni pado...Gan Gan Gan So oni pado Gun Avagaa so oni pado! Gun Avagaa é um vodun de origem Jêje que é muito cultuado nas diversas tradições religiosas que compõe o Batuque do RS (Jêje Mina, Ijexá, Oyo, Cabinda, Moçambique, Nagô). Gun Avagaa é companheiro de Elegbara. Os dois são responsáveis pela segurança e bem estar físico e espiritual das Comunidades Religiosas. Que Gun Avagaa sempre nos abra os caminhos e nos defenda com seu facão. Ògún ye!

peji o que é?

PEJIO Peji é o Santuário dos Òrìsàs numa Casa de Batuque. É neste recinto sagrado onde invocamos as Divindades e as cultuamos. É comum a oferenda aos diversos Òrìsàs que têm seus altares instalados. No Peji também ocorrem as iniciações no culto. Peji é uma palavra de origem Ewé-Fon, legada a nós através dos costumes Jêje. A palavra similar em yoruba é Iyara Òrìsà, ou seja, Quarto de Òrìsà. Prevalece entre as Casas de Batuque o uso do termo Peji.