27.9.13

PAI FLORENTINO, 1957.

Foi o enterro de um pai-de-santo da linha de Oió. Um chefe de culto nagô, yorubano que se chamava PAI FLORENTINO. O cortejo foi oficiado por Mãe Apolinária e obedeceu a tradição africana. Batiam os tambores rituais e as bocas cantaram o "ateté" de despedida. No cruzamento das ruas paravam, o esquife descansava, os acompanhantes faziam roda e dançavam no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. De repente, retrocediam, dançando todos de costas e para trás.
Os tambores acompanharam até o momento final onde punhados de terra foram jogados sobre o caixão e todos cantaram: "Eia fôni bánã, ateté culaô. Eia fôni bánã, ateté culaô".

Foto: Leo Guerreiro
Reprodução Revista do Globo, 1957.